Análise Arkade: Deep Rock Galactic é diversão, mineração e sobrevivência multiplayer
Está atrás de um jogo bacana para jogar com seus amigos online? Então dê uma conferida em Deep Rock Galactic, game que mistura crafting e cavernas procedurais com aranhas alienígenas gigantes e anões mineradores espaciais!
Contextualizando
Deep Rock Galactic não tem uma história: somos apresentados a um quarteto de anões mineradores espaciais (porque sim), que foram escalados para escavar minas em lugares que poderiam muito bem ser caracterizados como insalubres e perigosos.
Assim, o jogo começa na base dos anões, e, basta o jogador ir até o mapa e selecionar uma missão. Existem 4 ou 5 tipos de missões diferentes espalhadas por regiões diferentes, mas você precisa subir de nível para começar a ter alguma variedade (já falo mais sobre isso).
Há um timer que renova o estoque de missões esporadicamente.
O objetivo inicial básico envolve entrar em uma caverna, coletar X unidades do minério solicitado — e sempre há um objetivo secundário que envolve coletar X unidades de outra coisa — , colocar tudo dentro do robôzinho de carga que acompanha o grupo e retornar ao ponto de extração para cair fora da mina.
Claro que o jogo não para por aí: estamos falando de mineração em planetas e asteroides inóspitos, povoados por aracnídeos e vermes alienígenas gigantes e cheios de cogumelos venenosos, rios de lava e gêiseres de fogo. Exemplo:
Essas coisas verdes são as pernas do bicho.
Assim, entre uma escavação e outra, também devemos sobreviver, e dar cabo de monstros que irão nos caçar durante a mineração faz parte do processo.
Anões com classe
Ainda que todos os anões contem com certos equipamentos padrões — tipo a picareta e os flares para iluminação –, cada personagem é de uma classe diferente, e conta com habilidades e equipamentos distintos. O Gunner é o defensor do grupo, e além de uma enorme minigun e explosivos, também pode criar tirolesas que otimizam a movimentação do grupo.
A tela de customização.
Já o Driller chega equipado com um lança-chamas e manoplas que lhe permitem escavar muito mais rapidamente. O Scout possui uma arma que ilumina os ambientes, uma poderosa pistola e uma grappling hook. Por fim, temos o Engineer, que pode montar torretas para proteger o perímetro e criar plataformas para facilitar a mobilidade vertical do grupo.
Deep Rock Galactic é um jogo pensado para a ação cooperativa, e embora alguns personagens pareçam melhores do que outros, jogar em 4 players com o time completo torna a experiência muito mais interessante. e o mais legal é que o apelido de cada jogador aparece iluminado no hub, o que dá um charme extra, olha só:
Cada jogador tem uma “baia” personalizada.
Embora seja perfeitamente possível jogar sozinho ou entrar em partidas de pessoas aleatórias online, o pessoal da Ghost Ship Games foi muito generoso e nos cedeu 4 keys para a produção deste review, de modo que eu pude curtir o jogo da melhor forma: com mais 3 amigos, com todos conversando e se ajudando o tempo todo.
Procedural, mas pouco variado
Deep Rock Galactic exige que o host da partida esteja em determinado nível para liberar outros tipos de missões, então não se desespere ao abrir o mapa e ver um monte de cadeados impedindo que você escolha livremente: você terá que cumprir o objetivo básico e subir de nível antes de poder tentar algo novo.
O que torna a coisa meio frustrante é que o próximo tipo de missão liberado não é tão diferente assim. Nas missões iniciais, nosso objetivo é coletar minérios; neste segundo tipo, entramos nas cavernas para coletar ovos de alienígenas… pois é, basicamente a mesma coisa.
Alguns cristais ajudam a iluminar o ambiente.
O terceiro tipo de missão liberada já fica mais interessante: aqui temos que encontrar os casulos de 3 insetos realmente gigantes, e dar cabo deles em uma batalha bem intensa. Porém, as 3 aranhonas são exatamente iguais, com os mesmos tipos de ataques e poderes, o que quebra um pouco o clima de surpresa das batalhas.
Sendo justo, o jogo tem a seu favor o fato de ser procedural, de modo que uma caverna nunca será igual a outra. Porém, apesar dessa aleatoriedade, estaremos sempre encontrando os mesmos tipos de rochas e minérios e os mesmos tipos de inimigos, enquanto cumprimos missões que também não são lá tão diferentes umas das outras.
As missões não mudam muito, mas as cavernas sim.
Apesar disso, Deep Rock Galactic tem a seu favor o fato de ser absurdamente divertido para se jogar de galera. Se você planeja comprá-lo, convença seus amigos a fazer o mesmo, pois acredito que jogá-lo sozinho (há essa opção) ou com desconhecidos deixa a experiência bem menos interessante.
Audiovisual
Deep Rock Galactic tem uma estética que fica no meio termo entre o low poly e um jogo tridimensional comum. Digamos que ele é bem mais detalhado do que o recente Mulaka, por exemplo, mas também está longe de ser algo realista. O resultado é diferente, mas bem estiloso.
Ainda que a escuridão predomine na maior parte do tempo, algumas cavernas são deslumbrantes, com rochas brilhantes e cristais coloridos pipocando por todos os cantos, e o tom purpurinado de certas pedras preciosas é realmente incrível.
O design dos personagens também é bacana, e embora nenhum dos anões seja especialmente carismático, é possível utilizar o ouro coletado para personalizá-los um bocado, com novas barbas e tipos de armadura, bem como melhorar os status de seus equipamentos — e isso é bem importante para as missões mais complexas.
Esse tipo de pedra não serve pra nada, mas é bem bonito. :D
A trilha sonora é bem interessante – não deixe de dar uma dançadinha na jukebox que fica na base — e o game possui poucas mas boas dublagens, com vozes bem condizentes com um bando de anões espaciais.
Conclusão
Deep Rock Galactic segue a mesma linha de Payday e Left 4 Dead: são jogos com objetivos bem diferentes, mas que seguem uma fórmula tão simples que pode até ficar repetitiva depois de um tempo. Porém, assim como os outros jogos citados acima, é simplesmente muito legal reunir os amigos para explorar cavernas procedurais e caçar insetos gigantes!
Galera reunida curtindo um som na jukebox.
Eu realmente não acho que valha a pena você investir em Deep Rock Galactic sozinho, pois a chance de você acabar entediado é grande. Porém, se você conseguir convencer mais 3 amigos a comprarem o jogo também, a coisa muda de figura: esse é o tipo de jogo que só mostra seu verdadeiro potencial quando jogado com amigos, batendo papo e dando risada.
Se você tem essa galera pra jogar contigo, vai fundo, que a diversão compensa — e muito — a repetição!
Deep Rock Galactic passou um tempo em formato Early Access, e foi lançado oficialmente esta semana, simultaneamente na Steam e no programa Game Preview do Xbox One.
Jornalista, baterista, gamer, podcaster e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.
Contato: rodrigo@arkade.com.br