Análise Arkade: Destroy All Humans! está de volta, em um remake esforçado

1 de agosto de 2020
Análise Arkade: Destroy All Humans! está de volta, em um remake esforçado

Destroy All Humans! é um jogo nem tão clássico que foi lançado em 2005, e nos apresentou ao mal humorado alienígena Crypto-137 em missão na Terra. 15 anos depois de seu lançamento original, a THQ Nordic decidiu refazer o game, que chegou recentemente aos consoles da atual geração.

Embora eu nunca tenha achado o jogo particularmente bom, joguei um bocado dele no Playstation 2. A temática do jogo, seu personagem, as armas malucas… tudo isso tinha bastante apelo para o adolescente espinhento que eu era na época.

Análise Arkade: Destroy All Humans! está de volta, em um remake esforçado

E esta nova versão do jogo… segue sendo assim: não é um jogo incrível, mas é carismático, e diverte principalmente pelo seu tom de humor — que quase soa impróprio nestes tempos muito mais politicamente corretos que vivemos.

A busca pelo DNA

A história é simples, mas divertida: a raça dos Furons passou séculos em guerra e, por conta do uso de armas nucleares, perdeu a capacidade de se reproduzir. Eles só conseguiram continuar vivos graças à clonagem. Porém, a cada novo clone, o DNA Furon fica mais deteriorado, o que gera cópias cada vez piores.

A chave da salvação da espécie está na Terra: quando passaram aqui perto para guerrear contra os marcianos, os Furons fizeram uma visitinha ao nosso planeta e, “acidentalmente”, colocaram um pouco de seu próprio DNA no meio do código genético humano, de modo que todo ser humano tem um pouco de Furon em seus genes.

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Quando o clone Cryptosporidium-136 vem para o planeta e acaba aprisionado, o líder dos Furons envia o próximo clone — Cryptosporidium-137, o protagonista — para resgatar seu antecessor e, de quebra, recuperar o DNA. Porém, as coisas aqui na Terra acabam ficando complicadas, pois a Majestic — que é tipoa MIB do jogo –, está de olho em atividades alienígenas.

Crypto, o ET fanfarrão

Destroy All Humans! é um jogo dividido em fases que mistura ação e stealth em missões com objetivos nonsense. Porém embora o nome do jogo prometa muita destruição, a ação aqui é até que contida, e fica mais concentrada nas fases em que podemos utilizar nosso disco voador para tocar o horror.

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No controle de Crypto, os objetivos geralmente envolvem se infiltrar em lugares proibidos, raptar pessoas influentes ou escoltar cargas/pessoas (a pior parte do jogo). Para não dar bobeira, é preciso se disfarçar, assumir a forma de um humano, utilizando o Holozé — baita tradução para a cópia holográfica que podemos criar — é nosso grande aliado.

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Boa parte da diversão de Destroy All Humans! está atrelada ao arsenal de equipamentos e habilidades malucas que vamos desbloqueando conforme avançamos. Explodir a cabeça das pessoas para coletar seus cérebros, usar uma sonda anal (?!) para explodir a cabeça das pessoas e coletar seus cérebros, desintegrá-las, arremessar vacas explosivas (?!) usando telecinese… tudo isso é muito legal.

O tom satírico do jogo — que coloca boa parte dos terráqueos como completos idiotas — também é um de seus pontos fortes. Em um dos momentos mais divertidos do jogo, devemos assumir a imagem do prefeito de uma cidadezinha do interior, e fazer um discurso para apaziguar a população. O melhor é que agora o game tem legendas em português brasileiro, então todo mundo pode entender as piadas que passaram batidas lá em 2005.

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Como todo político, mentir sempre é uma opção

Um bom upgrade

Destroy All Humans! recebeu alguns bem-vindos upgrades que tornam a experiência como um todo mais agradável. Antigamente, falhar em um objetivo significava refazer toda a missão, agora isso não acontece mais: há checkpoints entre os objetivos, que minimizam o repeteco exagerado. As limitações dos poderes psíquicos também foram limadas, o que permite que o jogador use e abuse os poderes de Crypto, sem ter que ficar esperando pelo cooldown.

E já que falamos em missões, vale ressaltar que o novo jogo traz uma missão extra, que foi cortada do jogo original. Ela não é assim tão interessante nem traz nenhuma novidade em termos de gameplay, mas né, não deixa de ser um conteúdo inédito para o jogo, o que sem dúvida vai agradar aos fãs.

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Até no jogo tem quarentena…

Os botões também foram remapeados, e fazem mais sentido atualmente, ainda que as mudanças não sejam tão impactantes. O sistema de alternar entre armas e habilidades também mudou, e você pode tanto acessar um menu radial quanto dar um toquinho nos gatilhos para passar de uma arma/habilidade para outra.

Embora não esteja no mesmo nível de remakes como o da trilogia Crash Bandicoot e da trilogia Spyro ( provavelmente por não ter a mesma grana), esta nova versão de Destroy All Humans! sem dúvida foi produzida com muito carinho por pessoas que são fãs do material original.

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Houve um belo upgrade nos gráficos, que estão não só mais bonitos, mas também muito mais estilizados, mais cartunescos (especialmente os humanos, como na imagem acima), e essa estética combina muito bem com a proposta do game. O que não é nada bonito é o hud, que traz muitas informações ao redor da tela e deixa o visual um tanto poluído.

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Olha quanta informação na tela… e não me refiro à vaca explosiva zumbi!

Eu gosto especialmente da vibe de “filme B” que o jogo tem, com todos aqueles barulhinhos e trilha sonora que parecem saídos diretamente de um filme sci fi antigo. As telas de loading são especialmente inspiradas, e parecem pôsteres de filmes.

A qualidade das dublagens, é um pouco inconstante. Explicando: as atuações são boas — com destaque para os estereótipos de caipiras, policiais, e tal — mas muitas vozes de humanos parecem ter uma qualidade inferior, como se não tivessem sido devidamente remasterizadas. As vozes do Crypto e de seu chefe, porém, soam ótimas. E, as já mencionadas legendas em português são muito bem-vindas.

Conclusão

A THQ Nordic anda relançando um jogos bem aleatórios. Esses dias foi um jogo do Bob Esponja. Agora, este Destroy All Humans! Nenhum deles é realmente um clássico… mas tem uma boa base de fãs, então é legal ver que a empresa está dando um jeito de agradar essa galera.

Análise Arkade: Destroy All Humans! está de volta, em um remake esforçado

Destroy All Humans! nunca foi assim um grande jogo, e continua não sendo. Mas é um jogo muito divertido, com um humor ácido/satírico que ainda funciona, e tem toda esse clima de filme B que também é ótimo. É um jogo cult, que agradou a quem jogou, e deve agradar novamente. E, convenhamos: vaporizar humanos e explodir suas cabeças sempre é legal, especialmente na pele de um alienígena.

Assim, embora este remake de Destroy All Humans! não seja absolutamente necessário para o mundo, ele é bem-vindo. Vai não só agradar quem já é fã, como pode apresentar o game para um novo público… e quem sabe até não anima os produtores a trazerem de volta nosso querido Cryptosporidium-137 para novas aventuras? Com o Crash isso deu muito certo, pois tem jogo novo vindo aí!

Destroy All Humans! foi lançado em 28 de julho, com versões para PC, Playstation 4, Xbox One e Google Stadia.

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