Análise Arkade: Fly Punch Boom! mistura visual cartunesco e pancadaria de anime

29 de maio de 2020
Análise Arkade: Fly Punch Boom! mistura visual cartunesco e pancadaria de anime

Eis aqui uma análise de um jogo que traz uma mistura bem maluca: Fly Punch Boom! tem cara de uma animação do saudoso Mundo Canibal, e traz uma pancadaria aérea frenética que lembra muito o que vemos em Dragon Ball Z e outros animes. O resultado é divertido, e promete ser ótimo para reunir os amigos (depois da quarentena).

Fly Punch Boom! não é realmente um jogo de luta. Pelo menos não daquele jeito clássico, estilo Mortal Kombat e Street Fighter. Ele está mais para um game de pancadaria descompromissada, tipo Super Smash Bros ou Brawlhalla. E, ele foi praticamente todo produzido por uma única pessoa, o italiano Gabriele Libera, que assina o jogo como artista, programador e designer!

A principal diferença é que aqui estamos o tempo todo voando. A mobilidade é livre para qualquer direção, dentro de grandes arenas que possuem elementos destrutíveis e armadilhas que podem ser ativadas na base da porrada.

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Esses “cometas” coloridos são os personagens voando

Acho que ao invés de tentar descrever Fly Punch Boom! para você, vou deixar um breve clipe de gameplay, para você entender mais ou menos como ele funciona prática:

Entendeu? Talvez não, mas acredite: a bagunça faz parte da experiência. As lutas aqui são bem intensas, com direito a “efeitos especiais”, zoom, câmera lenta, destruição maciça de partes do cenário e até personagens entrando em orifícios pouco convencionais de satélites (?!).

Jokenpo da pancadaria

Embora o jogo tenha um breve tutorial, ele não te explica algo bem importante: os golpes funcionam baseados em um princípio estilo jokenpo, ou seja há certos golpes que são mais efetivos contra outros golpes. O agarrão consegue parar um tipo de golpe, mas não outro. Se ambos os lutadores usam ataques equivalentes, eles se anulam, e aí ganha quem tiver o dedo mais rápido para disputar “no soco”.

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Cada investida é meio que um duelo, no qual os dois jogadores escolhem qual ataque vão realizar e em seguida ver quem ganha. O botão Y, por exemplo no Switch) tem um ataque que costuma ser ótimo. Porém, se o inimigo usar o ataque com o botão X, a chance dele acertar você é enorme. Antes de cada “embate”, os jogadores incutem mais ou menos força aos golpes através de uma barrinha, e isso afeta, obviamente, a potência do golpe.

Falando assim parece complicado, mas depois que você pega o jeito, essa mecânica jokenpo até que se torna intuitiva. Depende um bocado de sorte, e há um enorme fator imprevisibilidade envolvido, mas no fundo acho que a ideia era essa mesmo, não criar algo sério e balanceado, mas uma mecânica simples que cause tanto momentos de alegria quanto de indignação.

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Fly Punch Boom! possui 10 personagens, sendo dois deles destraváveis/chefes. Cada lutador tem uma “versão cosplay” que é basicamente uma skin diferenciada. Os personagens são tão malucos quanto o jogo, e ainda que o gameplay de todos seja essencialmente igual, cada um possui alguns golpes especiais únicos, que pode ser utilizados quando um medidor específico é preenchido — e alguns são bem apelões, especialmente os dos chefes.

Acho que o maior problema dele, em termos de mecânicas, é que perder uma luta não tem realmente a ver com sua barra de vida se esvaziar. Certos ataque que te jogam longe — ou te colocam perto de uma armadilha do cenário — ativam um pequeno QTE. Se você errar esse QTE, morre na hora. Podem rolar vários desses em um round, e eles vão ficando mais desafiadores a cada tentativa. Perder uma luta só por errar o timing do botão é bem frustrante.

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A porradaria é tão intensa que pode até partir o planeta ao meio!

Creio que a descrição do combate deu a impressão que o gameplay de Fly Punch Boom! é estratégico e engessado, mas a verdade é o oposto disso: o jogo é acelerado, e no calor do combate a gente não precisa realmente parar para pensar e acaba indo no feeling — mesmo os QTEs logo entram nesse ritmo. Na real esse é aquele tipo de jogo que você precisa jogar para entender como funciona, sabe? Aí complica explicar por texto… mas tem uma demo disponível de graça para todo mundo experimentar!

Modos de Jogo

Fly Punch Boom! tem bem poucos modos de jogo. Basicamente, temos um modo single player chamado Arcade, que traz uma “torre de inimigos” no estilo Mortal Kombat, mas não tem lá muita história para contar — ainda que haja um campo Lore no menu inicial que serve basicamente para dar um pouco de background aos personagens.

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Trocação de soco 2 x 2

Temos ainda um modo online (que não consegui testar porque o game acabou de ser lançado) e dois modos de jogo multiplayer local: 1 x 1 e 2 x 2. Senti falta de um modo de jogo para 4 players do tipo “free for all”, para todo mundo poder se esmurrar, sem muitas regras. E, no geral, o jogo realmente carecia de mais modos de jogo.

Audiovisual

Ainda que o visual de Fly Punch Boom! seja simples, tudo faz parte da estética escolhida pelos produtores, e no geral, essa “tosquice” proposital funciona, e concede bastante personalidade ao jogo. Sempre vai ter algo estranho ou maluco pelo cenário, e as “finalizações” envolvendo estes elementos são bem divertidas e inusitadas.

Deixo uma delas abaixo para vossa apreciação (repare no QTE para não morrer, que rola 3x, uma mais difícil que a outra):

Os personagens são bem animados, mas as repetições logo ficam evidentes: como temos poucos golpes, é normal vermos as mesmas animações de golpes se repetindo muitas vezes ao longo das lutas. É um ponto no qual a simplicidade proposital acaba pesando negativamente, especialmente porque o jogo abusa de zooms dramáticos e efeitos de câmera lenta.

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Isso vai doer

Não há muitas vozes no jogo, mas a música tema é até cantada. As músicas, aliás, são rockzinhos agitados que não se destacam, mas combinam com o ritmo acelerado do jogo.

Conclusão

A quarentena me impediu de experimentar Fly Punch Boom! do jeito que eu queria, reunindo mais 3 amigos para a pancadaria. Apesar disso, o jogo me cativou pelo seu estilo zoeiro, e as pancadarias no melhor estilo DBZ são diferentes de quase tudo o que a gente costuma ver nos videogames.

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Então sim, mesmo tendo experimentado apenas uma parcela do jogo (o single player e o 1 x 1 local) e tendo consciência de que ele não traz muito conteúdo, gostei da experiência nonsense que Fly Punch Boom! oferece, e não vejo a hora de poder jogá-lo de galera. Ah, e tem demo disponível, então todo mundo pode experimentar de graça. ;)

Fly Punch Boom! foi lançado ontem — 28/05 — com versões para PC e Nintendo Switch. O game possui menus e legendas em português brasileiro.

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