Análise Arkade: Returnal no PC é exigente, mas também é competente

15 de fevereiro de 2023
Análise Arkade: Returnal no PC é exigente, mas também é competente

Lançado originalmente em 2021 como um dos primeiros exclusivos para o PlayStation 5, Returnal chega hoje (15/02) aos PCs. Um dos maiores projetos da Housemarque, o game de roguelike bem hardcore chama atenção nos PCs principalmente pela qualidade visual, mas talvez o desempenho não surpreenda tanto quanto.

O game segue uma premissa de ficção científica estupenda que se traduz em um roguelike de muita qualidade, mas que também é imensamente punitivo com os jogadores. Inclusive, já falamos sobre o game em seu lançamento oringinal para o PS5, numa review que você pode ler clicando aqui. Daí vamos passar mais rápido por alguns pontos do game para falar do seu desempenho no PC.

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O enredo perfeito para um roguelike

Já começamos aqui com um dos pontos mais altos de Returnal: seu enredo. O game traz como protagonista a astronauta Selene, que sofre um acidente com sua nave Helios e acaba presa em um planeta altamente hostil. Até aí, o enredo possui temática de ficção científica mais ainda não bebeu diretamente da fonte da criatividade certo? Pois bem, ao se recuperar da queda e começar a explorar o planeta chamado Átropos, precisamos sobreviver a hordas de criaturas ameaçadoras.

Eventualmente tombamos em combate para então descobrir que acordamos novamente próximo aos escombros da então inoperante Helios. Não demora muito para Selene descobrir que está presa em um loop temporal, mas que de algum modo ela consegue até encontrar o seu próprio corpo falecido de tentativas passadas de sobreviver à Átropos. Deixando claro que podemos estar ali potencialmente há muito mais tempo do que pensamos.

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Com isso, cabe a nós jogadores na pele de Selene tentar ao máximo sobreviver a tudo que o planeta coloca à nossa frente para, aos poucos, compreender cada vez mais o que diabos está acontecendo ali. E quando digo aos poucos, quero dizer de várias fontes diferentes. Tanto as ruínas de uma raça alienígena antiga quanto a biologia das criaturas do planeta, passando também por hieróglifos antigos e até memórias vivas da própria Selene.

Assim, Returnal consegue de forma primorosa criar uma atmosfera hostil e sombria que encaixa perfeitamente em um game com temática roguelike. Arrisco dizer que é uma das histórias mais memoráveis e inteligentes que já vi serem construídas em um game desse gênero, que é conhecido por dispensar histórias muito profundas priorizando assim o gameplay. E por falar em gameplay, esse não deixa nada a desejar!

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Combates afiados e muito desafiadores

Como nosso amigo Rodrigo Pscheidt falou durante a análise original do game, Returnal é basicamente um jogo de tiro em terceira pessoa com uma estrutura de roguelike mesclado com mecânicas de bullet hell. Essa combinação funciona perfeitamente bem principalmente por conta de seus controles afiadíssimos e muito instintivos, que tornam a experiência bastante fluida e natural desde os primeiros momentos de jogatina.

Cada inimigo terá um padrão de tiros distinto que precisa de uma combinação de movimentos rápidos do jogador, bom uso do ambiente ao seu redor e, é claro, ótimas armas e pontaria para retribuir as rajadas de tiros. Returnal possui ao todo seis biomas diferentes com salas que, mesmo não sendo procedurais, mesclam-se entre si aleatoriamente a cada morte do jogador. Desse modo, nenhuma partida de Returnal será igual a anterior.

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Entretanto, o game inclui em seu sistema um fator sorte que, ao mesmo tempo em que aumenta ainda mais os desafios propostos pelo jogo, também aumenta potencialmente sua frustração. Isso porque você só pode carregar uma única arma por vez e os equipamentos que você encontra durante a partida são completamente aleatórios e automaticamente perdidos quando você morre. Lembrando que estamos falando de um roguelike, não um roguelite.

Desse modo, tudo que você coleta de melhorias, armas e buffs durante a partida são perdidos quando você morre. Fazendo você começar basicamente tudo do zero com exceção de elementos narrativos desbloqueados e seus éteres, uma moeda especial do jogo que é dificílima de se encontrar. Porém, quase dois anos depois de seu lançamento inicial, uma mudança crucial em sua jogatina é importante de ser citada…

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Progresso difícil, mas não tão punitivo como antes

Na época de seu lançamento, Returnal exigia que os jogadores basicamente terminassem o game em uma “sentada” apenas, já que se o console fosse desligado, todo o progresso do game seria perdido. Entretanto, aparentemente esse “modo hardcore obrigatório” recebeu inúmeras críticas que fizeram com que a galera da Housemarque fizesse algumas modificações no game.

Nós ainda não temos checkpoints para casos de morte, entretanto, caso fechemos o jogo ou precisemos sair da partida por motivos quaisquer, podemos voltar do exato ponto do qual paramos, com a vida, salas, inimigos, melhorias e tudo mais no exato ponto no qual deixamos. Isso resolve um dos principais pontos negativos do game, que impediam o jogador de basicamente ter uma vida fora do jogo, sendo obrigado a jogá-lo do início ao fim sem pausas, dependendo da sorte e com perda total quando morria.

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Porém, de todos esses elementos, o único que foi solucionado pela empresa realmente foi a necessidade de não desligar o jogo para concluí-lo. Além disso, também temos alguns modos online para ganhos secundários de éteres. Com isso o progresso como um todo da jogatina se torna mais possível, embora ainda nada acessível. Só para o primeiro boss do jogo, eu levei cerca de 12 horas de jogatina e muitos loops para finalizá-lo.

Com tudo isso, os jogadores do PC podem ficar mais satisfeitos ao receberem uma jogatina um pouco mais afiada do que a que os jogadores de PS5 receberam lá em 2021. Entretanto, temos em mãos um game que vai por a prova a “fama” de que os jogadores de PC tendem a ser mais “hardcore” que os de consoles (o que ao meu ver, é uma grande balela). Mas vai ser divertido ver o pessoal se matando com Returnal, caso ele consiga furar a bolha do seu nicho. Mas falaremos mais disso no final do texto.

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Uma baita exigência para os PCs

Desde as primeiras divulgações feitas sobre os requisitos mínimos e recomendados para se rodar Returnal nos PCs, o game chamou atenção para si. Isso porque, ao menos inicialmente, a página da Steam do game colocava absurdos 32Gb de memória ram como recomendada para rodar o jogo de forma satisfatória. Tempos depois, isso foi melhor explicado com a resolução 4K nativa.

Mesmo assim, Returnal não é nada bonzinho com as máquinas menos potentes, tendo exigências mínimas que giram em torno de uma GPU NVIDIA GeForce GTX 1060 (6 GB) ou AMD Radeon RX 580 (8 GB); processador Intel Core i5-6400 (4 core 2.7GHz) ou AMD Ryzen 5 1500X (4 core 3.5GHz) e 16 GB de memória ram. Só pra reiterar, estes são os requisitos MÍNIMOS para se rodar o game.

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Para os mais exigentes por qualidade e desempenho juntos, boa sorte. Isso porque Returnal pede GPUs do nível da NVIDIA RTX 3080 Ti (12 GB) ou AMD Radeon RX 6950 XT (16 GB), processadores como os Intel i9-11900K (8 core 3.5 GHz) ou AMD Ryzen 9 5900X (12 core 3.7 GHz) e os já citados 32 GB de memória DDR4.

Isso tudo, é importante citar, para trazer tudo de melhor que podemos ususfruir nos computadores de última geração. Porém, não temos nenhum elemento ou feature para além do que outros games portados para os PCs como God of War, Uncharted e Death Stranding também usam pedindo consideravelmente menos hardware para isso.

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Uma aposta altamente nichada

Returnal é um excelente jogo, mas que definitivamente é para um público muito específico. Daí eu comentar que existe a chance dele não conseguir alavancar grandes vendas principalmente por essa barreira de público. Sua história e atmosfera brilhantes podem ser o chamariz certo para amantes de sci-fi, ao mesmo tempo que seu altíssimo nível de desafio pode agradar os amantes de alta dificuldade nos games.

Entretanto, para realmente um jogador engajar na jogatina de Returnal até quem sabe conseguir finalizá-lo, ele precisará tanto do gosto por sci-fi sombrio quanto da capacidade e prazer por dificuldades altamente punitivas. Além de, é claro, ter ao seu dispor uma máquina bem robusta para dar conta de rodar esse game da forma que ele merece. Por tudo isso Returnal é uma aposta bastante arriscada, mas que pode agradar bastante quem tiver coragem, resiliência, persistência e um bom PC para rodar o game.

Returnal foi lançado inicialmente em 30 de abril de 2021 para PlayStation 5 e agora está disponível também para PCs a partir de hoje, 15 de fevereiro de 2023. O jogo possui dublagem completa em português brasileiro e compatibilidade total com o dualsense nos PCs.

Para esta análise, rodamos o game em duas máquinas diferentes. Usamos um PC Gamer com processador i5-12400, 16GB de memória, placa de vídeo RTX 3050 (8GB) e SSD de 450gb e também um notebook gamer com processador i5-9300, 24GB de memória, placa de vídeo GTX 1650 (4GB) e SSD M2-2280 de 512gb.

Uma resposta para “Análise Arkade: Returnal no PC é exigente, mas também é competente”

  • 16 de fevereiro de 2023 às 12:05 -

    Helinux

  • Tá faltando é isso nos filmes atuais, penso!!!! Depois dos filmes de Alien não vejo outro do quesito ¨descer em tal planeta e explorar¨…apesar que no caso de Returnal tá mais para um acidente, claro que isso me lembra algo de Super Metroid!!!! Gosto da introdução desse game, me lembra sim algo de Metroid e Alien…sou fã de filmes de ficção científica e também de jgos desse quesito!!!! Infelizmente em meu caso acabo apelando para determinados otimizadores para jogar determinado jogo ou apenas suavizar o lag no PC!!!! Returnal, Super Metroid e até mesmo Metal Gear Solid merecia um filme ou uma série, verdade é que games estão superando o que vemos em telas de cinema!!!!Bela análise galera do Arkade!!!! Valeu!!!!

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