Análise Arkade: a pancadaria old school de Super Comboman Smash Edition

2 de setembro de 2017

Análise Arkade: a pancadaria old school de Super Comboman Smash Edition

Se tem uma coisa que nunca fica velha nos videogames é a vontade que temos de simplesmente surrar alguns capangas enquanto seguimos sempre para a direita. Super Comboman Smash Edition é o mais novo beat ‘em up da praça, e ao mesmo tempo que ele é bem “old school” em alguns aspectos, traz também algumas novidades bacanas, confira nosso review.

O gordinho salva o dia

Super Comboman Smash Edition nos apresenta aos irmãos Struggles e Biscuit, que viviam em relativa harmonia… até o mais velho perceber que está sem grana para pagar as contas do mês (quem nunca, né?).

Desesperado para conseguir algum dinheiro, nosso herói — que tem um corte de cabelo bem questionável, peida ocasionalmente e carrega uma bolsa falante (chamada Fanny) por motivos de “porque sim” — vai pedir emprego em uma construtora próxima… mas para que este trabalho não ficar tão chata quanto poderia, ele resolve fantasiar que é o seu super-herói favorito, o Super Comboman, e isso acaba transformando o trabalho em uma aventura cheia de pancadaria.

Confira o início da campanha em nossos 10 minutos de gameplay:

Como já ficou claro, este é um daqueles jogos onde a história não é lá essas coisas, e está ali como pano de fundo para justificar a ação e a pancadaria. O que você precisa saber é: siga em frente olhe para o lado, bata em todos os malfeitores que cruzarem seu caminho, colete todas as moedas que conseguir… e tente não morrer.

Pancadaria e dificuldade

Como em todo jogo old school que se preza, “não morrer” acaba não sendo algo tão simples. Os inimigos vêm em grupos grandes, e sempre pintam inimigos maiores e mais apelões. E dar cabo deles nem sempre é o bastante, pois o game também traz trechos de plataforma bem desafiadores, onde espinhos, lasers e abismos podem acabar com você rapidinho.

Análise Arkade: a pancadaria old school de Super Comboman Smash Edition

A pancadaria em si é relativamente simples: temos 3 botões de ataque, sendo um normal, outro forte e um terceiro que fica encarregado de golpes especiais. Também podemos nos defender, esquivar e agarrar os inimigos.

Até aí, tudo normal. A questão é que, tirando o botão de ataque básico, os outros dois possuem medidores que são meio que barras de stamina distintas: abuse destas habilidades e o personagem acabará ficando cansado e vulnerável por alguns segundos. O segredo é alternar entre os golpes, formando combos e mantendo a contagem de hits alta.

Dificuldade incidental

Pessoalmente, acho que o combate não é tão fluido quanto poderia ser, mas também não chega a ser ruim. É mais questão de se acostumar, mas mesmo depois que a gente se acostuma, fica a impressão que o jogo poderia — deveria, na real — ser mais ágil e responsivo. É um problema (que pode não ser bem um problema) semelhante ao que senti em Dungeon Punks, e isso me irritou lá, e continua me irritando aqui.

Análise Arkade: a pancadaria old school de Super Comboman Smash Edition

Além disso, há uma notável falta de precisão nos comandos que acaba tornando o jogo mais difícil do que deveria, especialmente em trechos de plataforma mais elaborados. Equilibrar-se em uma bola de demolição sobre um fosso de espinhos torna-se bem complicado quando o personagem simplesmente não obedece com a rapidez e precisão que deveria.

Análise Arkade: a pancadaria old school de Super Comboman Smash Edition

Outra coisa que complica um pouco as coisas é o número de vidas: sempre começamos uma nova fase com 3, mas caso você perca todas, terá que recomeçar a fase do zero novamente. Entendo que isso é condizente com a vibe old school do game, mas hoje em dia é bem frustrante ter que refazer toda uma fase por conta de um errinho bobo — que talvez seja até culpa do game, e não só do jogador.

Comprando golpes

Conforme coletamos moedas, podemos comprar perks, golpes e habilidades especiais. Algumas são bem básicas, mas temos até magias e uppercuts fortemente inspirados pelos bons e velhos hadouken e shoryuken de Street Fighter (até os comandos são parecidos). É legal poder encadear esses golpes aos socos e chutes normais para formar combos mais estilosos.

Análise Arkade: a pancadaria old school de Super Comboman Smash Edition

Algumas habilidades não visam só o ataque, e podem conceder boas vantagens ao jogador em combate. Uma delas permite que você restaure sua barra de vida simplesmente defendo-se de golpes inimigos. Você só pode equipar duas destas e cada vez — e todas são bem caras — mas o investimento acaba valendo a pena se considerarmos o benefício recebido.

Audiovisual

Super Comboman Smash Edition é muito simpático e colorido. Seu visual lembra um pouco Scribblenauts e Paper Mario; os personagens têm uma “borda” branca que faz parecer que eles são recortes de papel que ganharam vida. O recurso aqui é usado para fortalecer a fantasia do protagonista — que pensa que é um herói de quadrinhos — e o resultado é muito bacana.

Análise Arkade: a pancadaria old school de Super Comboman Smash Edition

A história se desenrola através de cutscenes parcialmente estáticas que lembram um pouco uma história em quadrinhos. A trilha sonora simplesmente cumpre seu papel e, embora o game não possua vozes de verdade “apenas gritos e grunhidos”, ele chega com legendas em português brasileiro que fazem um trabalho competente.

Conclusão

Super Comboman Smash Edition me parece uma boa ideia executada de maneira um tanto estranha. Realmente acho que ele deveria ser mais ágil e fluido, mas seu gameplay sempre parece um tanto duro, desajeitado e impreciso, o que até pode ser relevado nos combates, mas não nos trechos de plataforma onde uma queda é morte certa.

Análise Arkade: a pancadaria old school de Super Comboman Smash Edition

Certas escolhas de game design — como o número limitado de vidas — acabam deixando o game ainda mais difícil do que ele realmente é, e ter que refazer uma fase toda por um erro bobo acaba se tornando bem frustrante depois de um tempo.

Apesar disso, sua vibe retrô e seu visual simpático sem dúvida são bem atrativos, e quem cresceu curtido beat ‘em ups nos anos 90 sem dúvida vai conseguir se divertir com o game. Também vai passar raiva e praguejar um bocado, mas a gente já fazia isso nos jogos de antigamente, não é?

Super Comboman Smash Edition foi lançado em 22 de agosto, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One.

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