Arkade VR: Green Hell VR é sobrevivência imersiva na realidade virtual

7 de julho de 2022
Arkade VR: Green Hell VR é sobrevivência imersiva na realidade virtual

Lançado originalmente para PCs em 2019 e chegando aos consoles em 2021, agora é a hora de embarcarmos no inferno verde da floresta amazônica na realidade virtual com Green Hell VR. Lançado inicialmente para o Meta Quest 2 e chegando mais recentemente para o PCVR via Steam, o game é uma nova versão do jogo de 2019, agora repensado para a realidade virtual.

Importante dizer que aqui não estamos falando simplesmente de uma adaptação de câmeras. Green Hell VR traz toda uma atualização gráfica, de layout e de jogabilidade, repensando vários comandos originais do game para focar na imersão em realidade virtual. O resultado é uma experiência sólida e desafiadora que traz um respiro muito grato para as variedades de games em realidade virtual. Mas vamos falar melhor de cada um dos detalhes desse game nessa análise completa.

Arkade VR: Green Hell VR é sobrevivência imersiva na realidade virtual

Perdido na amazônia

Seguindo exatamente a mesma premissa do jogo original, Green Hell VR nos coloca na pele do antropólogo Jake Higgins, que viaja até o interior obscuro da floresta amazônica com sua esposa e também antropóloga, Mia. No caso, Jake auxilia Mia durante mais de três meses em um projeto de imersão com a tribo de nome fictício Yabahuacas, a qual eles já haviam tido contato anteriormente.

Após um tutorial bem completo a respeito dos comandos básicos da aventura como construir objetos, escalar, coletar, beber água, se alimentar e explorar ambientes, chegamos finalmente ao real enredo do game. Acontece que em uma noite sombria, Mia entra em contato com Jake por rádio dizendo que precisa de ajuda e sua comunicação é cortada.

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Ao tentar adrentar à aldeia dos Yabahuacas, o antropólogo protagonista da história é recebido de forma bem hostil e passa a ser caçado enquanto foge. Desse modo, acabamos a fuga perdidos, feridos e sem nenhum recurso além do nosso smartwatch e uma mochila. E é assim que o jogo se inicia de verdade, com o jogador precisando se virar com o que aprendeu no tutorial, para descobrir o real paradeiro de Mia ao mesmo tempo que tanta sobreviver no interior inóspto e paradisíaco da floresta amazônica.

Como foi dito, a narrativa segue exatamente a mesma premissa do jogo original, o que não traz muitas surpresas para jogadores que experimentaram o título em telas tradicionais. Porém, a história pode ser vivida de um ângulo completamente distinto quando experimentada em realidade virtual. É justamente essa diferença de jogatina que faz Green Hell VR brilhar tanto.

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Jogabilidade detalhada e imersiva

Enquanto o jogo original fora pensado para teclado e mouse e posteriormente adaptado para controles de videogame, Green Hell VR foi completamente reformulado de modo a se pensar nos controles de captura de movimento dos óculos de realidade virtual. O resultado é uma jogabilidade completamente distinta do que vemos no jogo original, mesmo que a visão em primeira pessoa permaneça.

Você precisa bater com pedras em objetos para quebrá-los, manusear seu facão para atacar animais, esticar os braços para coletar frutas e vários outros comandos que já são vistos como comuns em videogames, mas que tornam a jogatina muito mais imersiva e gratificante quando adaptados para o ambiente virtual de Green Hell VR.

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Além disso, temos também algumas mecânicas tão bem trabalhadas que fogem do óbvio. Eu já sabia, por exemplo, que precisaria bater um coco em uma pedra até conseguir quebrá-lo para me alimentar dele. O que me surpreendeu foi que, ao utilizar o coco quebrado como cuia para coleta de água, eu poderia derramar a água lentamente apenas inclinando a casca do coco e deixando que o líquido escorresse pela borda.

Esse tipo de detalhismo nas mecânicas de jogabilidade tornam a experiência vivida em Green Hell VR ainda mais imersiva e gratificante. Principalmente por vermos detalhes desse tipo nas mais diversas atividades, como acender o fogo com uma pedra de amolar, cortar galhos de árvores e transformá-los em gravetos, remover folhas de palmeiras para construir um abrigo e muito mais.

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Nível de desafio digno

Tal qual o jogo original, Green Hell VR chama atenção para si por conta de sua pegada de sobrevivência mais “raiz”, sem muita firula ou invenção de moda na hora de por o jogador em um ambiente hostil sem absolutamente nada para se defender. Isso traz um nível de desafio muito satisfatório para o game — sem ser punitivo demais –, mas também sem pegar o jogador pela mão para fazê-lo vencer sempre.

Para além do desafio que temos na versão tradicional do jogo, aqui temos toda uma coletânea de mecânicas imersivas que tiram o jogador da zona de conforto, além de deixar combates e perseguições muito mais adrenérgicos. Em Green Hell VR podemos dizer que a experiência do jogo tradicional é melhorada de várias formas.

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Todos os tipos de lanças, machados e arcos que você cria possuem mecânicas de combate próprias e possibilidades de improviso interessantes. Além disso, quando se está em combate, bloqueios e esquivas contam bastante e podem fazer muita diferença para sobreviver. Obviamente, por se tratar de um game em realidade virtual, bloqueios e esquivas são feitos com movimentações do próprio jogador enquanto tenta acertar os inimigos.

Esses detalhes de jogabilidade demonstram uma qualidade ímpar na experiência de jogo de Green Hell VR, dando uma solidez ao game que talvez nem a sua versão tradicional possuía. Pode-se dizer que todas essas mecânicas imersivas serviram de complemento essencial para a dinâmica e proposta do jogo, me fazendo pensar que o Green Hell original é meio que um protótipo para o que sua versão VR oferece.

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Diferenças entre PC e Quest 2

Entretanto, nem tudo é perfeição e genialidade quando falamos de Green Hell VR. Isso porque sua experiência pode se tornar muito distinta quando comparamos as versões de PC e de Meta Quest 2 do jogo. A começar pelo mais óbvio: o detalhismo gráfico. A versão de Quest 2 é bastante inferior à de PC quando comparamos seu visual. Seja pela baixa qualidade de iluminação ou pela falta de movimentação de folhagens por exemplo.

Claro que essa diferença é facilmente justificada pelo poderio gráfico do Quest 2 não ser equivalente às configurações mais robustas de PC, as quais aguentam a versão mais parruda das configurações gráficas de Green Hell VR. O problema é que as diferenças entre as duas versões acabam influenciando um pouco a jogabilidade, uma vez que algumas opções de crafting possíveis no PC, como os tijolos de lama, não estão disponíveis na versão de Quest 2, diminuindo o escopo de construções possíveis de serem feitas pelos jogadores.

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Isso provavelmente foi um “recurso” utilizado pelos desenvolvedores para evitar que construções muito megalomaníacas acabassem exigindo demais do Meta Quest 2, acabando por quebrar o jogo ou então diminuísse drasticamente seu desempenho. Dito isso, é bem lúcido esperar limitações ainda mais drásticas que as do Quest 2 quando o game chegar ao PSVR em 2023, a não ser que ele chegue com exclusividade para o PlayStation VR 2.

Por fim, ainda é importante ressaltar que a versão de Quest 2 ser bem mais limitada que a de PCVR não faz de Green Hell VR um desastre. Na verdade, ele está bem longe disso. Quem utiliza apenas o Meta Quest 2, sem acesso à versão de PC para comparar, pode se divertir bastante com o jogo e passar despercebido pelas discrepâncias entre as duas versões. Porém, caso você tenha condições de optar entre uma delas, provavlemente a de PC é a mais indicada.

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Um ótimo motivo para revisitar o inferno verde

Muitos jogos em realidade virtual que são traduções ou adaptações de games tradicionais podem não se justificar direito. Ou então apenas passar por uma mudança na câmera do jogo, como vemos em games como Skyrim VR ou Borderlands 2 VR. Porém, em Green Hell VR, a sensação que temos é que está aqui um ótimo motivo para revisitar o game de 2019.

Na verdade, devido a todas as diferenças que fomos citando no decorrer dessa análise, é válido dizer que Green Hell VR pode ser a melhor versão do jogo, mesmo levando em consideração a versão tradicional e a discrepância entre Meta Quest 2 e PCVR. A imersão e jogabilidade diferenciada do título faz valer cada uma das dezenas de horas que você pode gastar nele. Seja você um jogador de longa data da franquia ou um recém chegado.

Green Hell VR foi lançado inicialmente para Meta Quest 2 em 7 de abril de 2022. A versão de PCVR (via SteamVR) chegou em 9 de junho de 2022. Além disso, uma versão para PSVR foi confirmada para 2023. Para esta análise, jogamos o game nativamente no Quest 2, onde o jogo conta com textos totalmente traduzidos para português.

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