Arkade VR: Pixel Ripped 1978 nos leva de volta à Era do Atari

4 de julho de 2023
Arkade VR: Pixel Ripped 1978 nos leva de volta à Era do Atari

Não é exagero dizer que Pixel Ripped já é uma das franquias mais tradicionais e icônicas da realidade virtual. A franquia — da produtora brasileira Arvore — teve seu primeiro game lançado de forma independente em 2018, com uma sequência maior e melhor (que analisamos aqui na Arkade) sendo lançada em 2020. Agora, a franquia de brasileira chega ao terceiro jogo indo ainda mais longe no passado e inaugurando uma parceria incível com a Atari em Pixel Ripped 1978!

Dessa vez, assumimos a pele de Bárbara “Bug” Rivers, que é simplesmente a criadora da Dot, nossa heroína virtual e protagonista de Pixel Ripped. Agora, ao invés de encarnarmos somente uma criança nos anos dourados dos videogames, assumimos a pele de uma desenvolvedora adulta dentro da própria Atari, enquanto ela buscaa inspirações para criar seu icônico game.

Arkade VR: Pixel Ripped 1978 nos leva de volta à Era do Atari

O mundo pixelado em perigo mais uma vez

Mesmo que a trama de Pixel Ripped 1978 ocorra no passado, ele ainda é uma sequência do Pixel Ripped 1995. Isso porque o game se inicia alguns meses após os acontecimentos finais do jogo anterior, com Dot vivendo um breve momento de paz em sua vila. Porém, tudo muda quando o já conhecido vilão Cyblin Lord retorna com um novo plano para dominar o mundo, dessa vez, rompendo as barreiras do tempo.

Assim o jogo segue por um caminho metalinguístico muito interessante: a ideia do vilão é retornar ao passado para se tornar o protagonista de toda a franquia Pixel Ripped no lugar de Dot. Para evitar que isso aconteça, cabe a Dot ir até 1978 para tentar impedir que isso aconteça.

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Como falamos no início desse texto, o jogador escolhido é nada menos que a própria criadora de Dot, que obviamente compartilha semelhanças de história e aparência com Ana Ribeiro, a criadora real de Pixel Ripped que já tivemos o imenso prazer em entrevistar aqui no site. Assim, Pixel Ripped 1978 continua surfando forte na nostalgia, mas dessa vez não foca somente na infância de décadas passadas, como também homenageia os adultos que tornaram essa época tão icônica para a indústria dos games.

E por falar em icônico, se antes os videogames e franquias eram referenciados de forma bem indireta e subjetiva por questões relacionadas a direitos autorais, dessa vez a parceria com a Atari garantiu que a jornada virtual de Dot pela década de 70 fosse bem mais fiel à do mundo real. Ainda que para a história em si não faça tanta diferença usar os nomes e marcas originais, isso agrega muito valor e fator nostalgia, afinal, estamos falando de jogos e franquias que realmente existem.

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Tudo de melhor que temos em Pixel Ripped

Não é exagero dizer que Pixel Ripped 1978 é uma junção de tudo o que tivemos de melhor da série até então, com o acréscimo de ainda mais novidades. Dessa vez passamos muito mais tempo na pele de Dot do que nas aventuras anteriores, vendo o mundo pixelado em primeira pessoa e agindo ativamente com mecânicas próprias que envolvem muito mais movimentação e ações em realidade virtual que os games anteriores.

Entretanto, ainda temos vários momentos de “jogatina de sofá”, quando entramos na pele de Bug e auxiliamos Dot do mundo real, jogando os diversos clássicos do Atari e passamos por inúmeras referências super imersivas, seja pela simples ação manual de troca de cartuchos, seja pela experiência de usar o icônico controle do Atari 2600. Sem dar spoilers aqui, temos ainda mais surpresas ao longo da aventura.

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Mas claro que não perdemos também as incríveis fases onde mundo real e videogame se misturam para trazer uma percepção surreal com personagens em 8 bits se mesclando com mesas e cadeiras. Esses momentos pra mim sempre foram o ponto alto da jogabilidade da franquia Pìxel Ripped, e retornam com força total em Pixel Ripped 1978.

Mas tudo em Pixel Ripped 1978 parece maior e mais “evoluído” do que nos games anteriores. O level design está ainda melhor que antes, o visual tanto do mundo real quanto do virtual são incrivelmente construídos, cheios de cores vivas que saltam aos olhos e com uma trilha sonora sempre icônica, nostálgica e muito gostosa de se ouvir. Passando por escritórios, mundos de fantasia medieval, discotecas cheias de neon, mundos preto e verde poligonais e muito mais, o novo game da Arvore é um próximo passo excelente para a franquia.

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Mesmo mais “antigo”, a experiência é mais moderna

Essas melhorias de Pixel Ripped 1978 enquanto sequência somadas à construção não linearagora não linearidade dos games da franquia mostram como um jogo nostálgico não precisa ter mecânicas e visuais datados só por referenciar games antigos. Inclusive, ao entrar na pele de Dot enquanto ela caminha por diversos games antigos, podemos ter uma nova perspectiva desses mundos, mais próxima daquilo que as crianças imaginavam nessas épocas.

E nessa experiência imersiva é que vemos todo o avanço do trabalho da Arvore no decorrer do anos. Se antes a jogatina de sofá ditava toda a experiência (que já era excelente), agora temos muito mais ação ao incorporar Dot em seus mundo virtuais em momentos de ação que lembram inclusive a franquia Metroid Prime da Nintendo ao carregar nosso canhão de mão para atirar em diversos inimigos no solo e no ar.

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Claro que essa mudança na jogatina de Pixel Ripped 1978 em relação aos games anteriores da franquia pode não agradar a todos. Jogadores mais aficcionados por pura nostalgia podem torcer o nariz, uma vez que esses momentos mais internos podem quebrar um pouco a imersão de simular uma jogatina de sofá de décadas passadas. Entretanto, entendi que essa era uma evolução necessária.

Tudo em Pixel Ripped 1978 é maior do que nos games anteriores da franquia. Seja pela duração, seja pelos mundo que visitamos, pela quantidade de jogos que experimentamos ou pelas mecânicas introduzidas. O terceiro jogo da série não deixa de ser nostálgico por inovar, na verdade mantém o fator nostálgico justamente sem se prender a conceitos anteriores da franquia, o que, ao meu ver, é onde os desenvolvedores brilham mais.

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Uma jornada incrível por uma nova ótica

O saldo final de Pixel Ripped 1978 é incrivelmente positivo. Com uma narrativa mais complexa que a dos games anteriores, muito mais ação e sem perder o brilho que fez os jogos anteriores serem tão aclamados. Consegue manter tudo que foi excelente em 1989 e 1995, mas sem cair em mesmices, encontrando o meio termo quase perfeito entre inovação e saudosismo.

Sendo mais uma vez uma viagem no tempo incrível, dessa vez pra época “pré-Nintendo“, quando o Atari e os arcades dominavam o mercado, Pixel Ripped 1978 pode agradar os mais nostálgicos e os amantes de imersão. A franquia continua sendo uma das melhores experiências de jogos em realidade virtual até hoje.

Pixel Ripped 1978 foi lançado oficialmente no dia 15 de junho de 2023 e está disponível para PCVR (via Steam), PlayStation VR2 e Meta Quest 2. Para essa análise, testamos o game no Meta Quest 2.

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