Arkade VR: Altair Breaker tem pouco conteúdo com diversão rasa

17 de setembro de 2022
Arkade VR: Altair Breaker tem pouco conteúdo com diversão rasa

Jogos ao estilo dungeon crawler são cartas marcadas na biblioteca de games em realidade virtual já há alguns anos. Os títulos desse gênero se acumulam na plataforma principalmente pela relativa simplicidade em construir um mundo coeso e, ao mesmo tempo, já possuir uma fórmula que funciona bem com a imersão dos óculos de realidade virtual.

Entretanto, mesmo com todas as “facilidades” que o gênero possui para ser traduzido para a realidade virtual, Altair Breaker consegue falhar na missão de divertir dentro desse escopo. Com conteúdos rasos e jogabilidade padrão, não existem muitos incentivos para se debruçar nas dungeons repetitivas do game. Mas vamos explorar mais a fundo suas possibilidades nessa análise completa!

Arkade VR: Altair Breaker tem pouco conteúdo com diversão rasa

Defendendo a Ilha Vastus

A pouquíssima história do jogo coloca o jogador em uma ilha flutuante chamada Vastus. Um local utilizado outrora como uma espécie de oficina para o desenvolvimento de mágicas. Porém, agora em ruínas, o local é utilizado para o desenvolvimento de experiências com inteligências artificiais. Entre elas, temos o exército inimigo batizado de LAWS (Sistema de Armas Letais Autônomas, em inglês), o qual é uma ameaça descontrolada.

Assim, nós jogadores precisamos ajudar a inteligência artificial Stella, que é bem semelhante a uma sacerdotiza ou algo do gênero. Essa IA é a encarregada do local e pretende manter a paz com a nossa ajuda. Com isso, a ilha Vastus serve de lobby para todas as aventuras, enquanto o game é jogado em modalidade totalmente online. Na ilha não há muito o que fazer além do básico: administrar seu baú de itens, escolher os equipamentos que utilizará nas missões e, claro, escolher as próprias missões.

Arkade VR: Altair Breaker tem pouco conteúdo com diversão rasa

A história por si só é rasa e clichê, servindo simplesmente de pano de fundo para a exploração de “masmorras” e combates desenfreados. No geral, podemos dizer que Altair Breaker é um game focado na jogatina e não em contar uma história. Isso porque, após um rápido tutorial de jogabilidade e algumas linhas de diálogo com Stella, você já vai por a mão na massa e enfrentar robôs em ambientes hostis com amigos ou desconhecidos.

Isso não necessariamente é um defeito de Altair Breaker, uma vez que o game não se preocupa em ter uma história rica em detalhes. Mas o enredo simplesmente não serve tão bem assim como pano de fundo, sendo um tanto confuso e com elementos que misturam alta tecnologia e magia sem muita contextualização, deixando tudo com um ar genérico e apressado.

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A jogatina co-op de Altair Breaker

A jogatina de Altair Breaker gira em torno basicamente de te colocar em uma série de salas nada labirínticas e bem curtas para enfrentar alguns grupos de robôs que surgem pelo cenário. o game pode ser jogado de maneira solo ou então em multiplayer cooperativo. A proposta, mesmo que simples, poderia ser o suficiente para manter jogadores online se divertindo em conjunto enquanto arrancam cabeças cibernéticas.

Antes de apontar os problemas de Altair Breaker, acho importante ressaltar que ao menos o sistema online do jogo funciona muito bem. É relativamente fácil encontrar até mais três jogadores para enfrentar os robôs com você, podendo conversar de forma opcional por chat de voz com eles. Mas comunicação não é exatamente necessária por aqui, já que as partidas são bem rápidas.

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Jogar no modo cooperativo pode ser uma espécie de “100 metros rasos” pois o game não separa muito bem novos jogadores dos mais experientes. Assim, não é difícil você encontrar um jogador mega forte que rapidamente vai levar todos os inimigos da sala antes que você entenda o que está acontecendo. E aí já temos um dos primeiros problemas realmente gritantes de Altair Breaker: seu nível de dificuldade.

O nível de dificuldade dos inimigos simplesmente não muda, não importando o número de jogadores na equipe nem seus níveis. O resultado são inimigos que caem com um ou dois hits, com exceção do boss final que é levemente mais difícil, mas que não demora nada a cair também. Assim, a experiência cooperativa do jogo acaba virando uma corrida para ver quem consegue encostar nos inimigos primeiro, pois vencer é inevitável.

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Mas e a realidade virtual?

Claro que não podemos esquecer que Altair Breaker é um game em VR. Porém nem seus aspectos imersivos chamam tanta atenção assim. Não me leve a mal, mas depois de games como GORN, Wands, Swords of Gargantua, Until You Fall, o recente Ruins Magus e muitos outros, os aspectos de imersão de Altair Breaker não chamam tanta atenção principalmente por serem básicos demais.

Aqui temos as velhas conhecidas mãos voadoras que já não são referência de imersão em games em realidade virtual há alguns anos. Vários dos games citados acima inclusive já não fazem uso desse artifício. Além disso, os visuais num estilo meio anime são até bem-vindos, mas não chegam nem perto de serem coloridos e estonteantes como outros games do gênero, como o próprio Ruins Magus fez.

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Já nos combates, a imersão passa longe. O peso das armas não é sentido, bem como os movimentos em si que importam muito pouco para os danos entrarem ou não. Algo mais estratégico e baseado em stamina como é o caso do já citado Ruins Magus ou então do incrível Zenith: The Last City poderia se encaixar muito bem aqui. E foi um pouco a intenção da Thirdverse pelo visto. Mas nem de longe alcançaram o resultado ideal.

Por fim, a repetição

Como se não bastasse a sucessão de problemas listados até agora, ainda temos mais. O escopo de Altair Breaker como um todo já se mostrou bem limitado. Porém, mais limitada ainda se mostrou sua variedade de inimigos, armas e cenários no decorrer das jogatinas. São basicamente quatro tipos de inimigos diferentes e uns dois ou três modelos de boss. Sendo que estes inimigos são diferenciados basicamente pelos seus ataques.

Assim, temos um robô com arma à distância, um robô com duas espadas, um com uma espada maior e por aí vai. Visualmente eles só variam em alguns detalhes e em tamanho. Mas seu comportamento é patético e previsível, ficando na maioria do tempo parado esperando ser atacado. Isso só muda com os chefões finais de cada partida, que possuem mais padrões de movimento, mas que rapidamente caem na mesmice também.

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Já as armas não fogem do básico em momento algum. Tendo algumas habilidades exclusivas que tentam estabelecer uma mecânica de skills que basicamente não funciona como deveria, uma vez que os inimigos caem rápido demais. Por fim temos os cenários que, em alguns casos, são até bonitinhos, mas ridiculamente curtos e simples, com escadas e torres jogadas sem qualquer pensamento de level design.

Básico demais, com nenhum diferencial

Altair Breaker é um jogo pouco divertido, nada inovador e com defeitos acumulativos demais para ser recomendado. São poucos os games dos quais eu falo aqui no Arkade que definitivamente não recomendo para ninguém, mas infelizmente esse é uma dessas “pérolas”. E o principal motivo são as diversas opções disponíveis com preços semelhantes, propostas parecidas e uma execução infinitamente superior.

Altair Breaker peca principalmente por ser um “lançamento” que parece muito mais um alfa de um projeto em desenvolvimento. Talvez se o game tivesse sido lançado em acesso antecipado com um plano de desenvolvimento melhor estabelecido para o público, sua recepção fosse razoavelmente melhor. E sempre temos a hipótese de futuras atualizações melhorarem o game… mas esse aqui precisaria de muitas atualizações para começar a valer a pena.

Altair Breaker foi lançado no dia 18 de agosto de 2022 para PCVR (via Steam) e pode ser jogado com Valve Index, Oculus Rift ou Meta Quest 2 (via Meta Link).

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