Editorial: qual é a duração ideal de um jogo para você?

30 de janeiro de 2021
Editorial: qual é a duração ideal de um jogo para você?

Estou aqui para fazer mais um desabafo. E uma pergunta: ultimamente, estou em uma vibe de curtir jogos mais curtos. Quanto mais um jogo se alonga, menores são as chances de eu ir até o final nele. E para você? Quanto tempo dura o game para ser bom, na sua opinião?

Senta que lá vem história: lá em 2018, escrevi um artigo sobre minha dificuldade em zerar jogos muito grandes. O que me fez escrever aquele texto, na época, foi Red Dead Redemption 2, jogo incrível, imersivo, polido… e enorme.

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De lá para cá, mais jogos enormes foram lançados, e as empresas usam argumentos como “o maior mapa” ou “mapa x vezes maior” como se isso fosse algo bom. Nem sempre é. Um mapa mais compacto, mais enxuto, pode oferecer uma experiência muito mais prazerosa do que um mapa enorme. Especialmente considerando que o público-alvo desses jogos são maiores de 18 anos, que provavelmente trabalham o dia todo e conseguem jogar umas 2 ou 3 horas por dia, depois do jantar.

Mas, calma, vamos por partes, começando por um…

Estudo de Caso: Ubisoft

A Ubisoft parece ter uma predileção por essa mentalidade “massiva”. Não por acaso, o termo “Ubisoft The Game” foi cunhado pela comunidade para designar as fórmulas que ela aplica em praticamente todos os seus jogos. Se você parar para pensar, tudo o que ela lança hoje em dia são RPGs de mundo aberto. Em alguns você usa machados e espadas, em outros, armas de fogo. Tem aquele que te permite hackear coisas, e aquele mais fofinho onde você ajuda os deuses, mas no geral, todos eles são jogos massivos, inchados, exagerados.

Esta semana, li um interessante artigo no Kotaku que dizia como Assassin’s Creed Valhalla é longo. E, lembremos que ele é a sequência de Assassin’s Creed Odyssey, que também era colossal. Para o autor, AC Valhalla poderia ter umas 40 horas — o que já é coisa pra caramba! –, mas o jogo vai além, e se prolonga por muito mais tempo.

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Também estou jogando AC Valhalla atualmente, e uma coisa que me irrita é que, além de longo, ele é lento. Vejo pessoas afirmando que levaram 80, 90 horas para zerar o jogo. Eu mal passei das 20 e já estou farto dele — e olha que aqui ainda estou na parte “boa” dele, que ainda não me obriga a ficar conquistando novos territórios de forma sistemática.

Outro jogo da Ubi que comecei a jogar no finzinho do ano passado foi Immortals: Fenyx Rising. Ele também tem um mapa bem grande, mas a mobilidade ali é mais divertida (podemos “voar”), o que otimiza um pouco as coisas. No geral, Immortals faz mais o meu estilo do que Assassin’s Creed (que eu realmente curtia nos tempos do Ezio). Porém, Immortals ele tem um mapa tão “poluído” — com ícones de colecionáveis, dungeons, puzzles, harpas, baús, etc. — que me causa uma aflição sempre que vejo. Estou com umas 25 horas e já fiz 2/4 do jogo, e devo seguir adiante simplesmente porque a experiência, o ato de jogar, me agrada mais do que AC Valhalla — é mais gostoso ir e vir, os combates são mais legais (na minha opinião). Mas tenho plena convicção de que ele ficaria ainda melhor com menos pontinhos brilhantes no mapa.

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Pelo menos aqui dá para “voar”…

Analisando em retrospecto, a Ubisoft fez alguns dos meus jogos favoritos das últimas gerações. Eu amo a trilogia Prince of Persia e os últimos jogos do Rayman. Porém, salvo por remakes e relançamentos, esses jogos são parte de um passado distante. Aquela Ubisoft que entregava jogos lineares com boas histórias e uma duração razoável (Prince of Persia, Splinter Cell, Rayman) parece não existir mais. A ânsia pelo “maior mapa” e pelo “maior jogo” está gerando jogos que eu simplesmente não tenho saco para terminar.

Experiências curtas e intensas

Na prática, eu prefiro um jogo que me entretenha e me divirta plenamente por menos tempo, do que um que se alongue mais do que deveria e acabe apenas torrando a minha paciência ao longo de dezenas de horas.

A gente sabe que um jogo é bom quando não queremos que ele termine. Porém, alguns jogos realmente não sabem a hora de terminar, e continuam se arrastando por mais e mais horas, muitas vezes colocando barreiras obtusas para bloquear o progresso do jogador e obrigá-lo a fazer grinding para conseguir ir em frente — lembro como ReCore fez isso de maneira absurda, obrigando o jogador a coletar uma quantia bem grande de núcleos prismáticos para liberar a passagem que dava acesso à reta final do jogo.

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ReCore seria bem melhor se não se alongasse mais do que deveria

Isso é bem comum, na real: para alongar só máximo a experiência de jogo, diversos jogos impõe um “level cap” alto para obrigar o jogador a fazer grinding. Não importa a sua habilidade, o que conta é o level do seu equipamento, ou “o numerozinho de dano que pula quando você ataca um inimigo”. Jogos tipo Destiny, Marvel’s Avengers, e, claro, Assassin’s Creed, fazem muito isso. E é um saco.

Nesse aspecto, eu percebo que jogos independentes ou “semi-indies” oferecem experiências muito mais enxutas, dinâmicas e satisfatórias. Inside, por exemplo, é um jogo de 2016, que dura no máximo 5 horas. Mas 5 horas incríveis, que te compelem a seguir adiante, a querer chegar ao final. Little Nightmares é outro jogo que dá para zerar em umas 5 horinhas, e entrega uma jornada redondinha. A Way Out é outro bom exemplo, e ainda tem um plus: suas 6 horinhas ficam ainda mais legais por serem cooperativas, e o ritmo do jogo — que tem o maior clima de filme — é ótimo.

Ok, talvez estes sejam exemplo muito específicos, visto que são experiências lineares, meticulosamente planejadas e amarradinhas do começo ao fim. Mas, podemos ver bons exemplos em outros gêneros, ainda que eles estejam cada vez mais escassos — não sei você, mas eu tenho a impressão que hoje em dia tudo parece se resumir a RPGs de mundo aberto, Roguelikes e Battle Royales.

Há muitos MetroidVanias — jogos não lineares que prezam pela exploração — que duram mais do 5 ou 6 horas, mas se mantém interessantes, desafiadores e divertidos ao longo de toda sua duração. Só para citar exemplos recentes: Foregone, Ori and the Will of the Wisps, Bloodstained e Blasphemous são jogos que duram umas 12 horas cada um, mas são 12 horas muito bem aproveitadas.

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Ori and the Will of the Wisps equilibra muito bem desafio, beleza e duração

Acho que é justamente por isso que Battle Royales são tão populares: cada partida dura em média 20 minutos, então, por mais que o sujeito jogue centenas de horas, o tempo investido em cada partida é pequeno. A somatória pode ser assustadora, mas diluída em pílulas de 20 minutinhos, não parece tanto.

Eu não curto Battle Royales, mas viciei em Hades — e olha que eu nem gosto de coisas como permadeath e mapas procedurais. Comecei a jogar no dia 31 de dezembro de 2020, e agora — menos de um mês depois — já tenho mais de 30 horas nele! E olha, vou te falar que foram 30 e poucas horas muito mais divertidas e prazerosas do que as que passei em AC Valhalla.

O lance é que cada partida de Hades dura uns 40 minutos. No caso de Battle Royales e Rogulikes, a recompensa (ou o fim da partida) chega muito mais rápido, então a gente acaba acumulando muito tempo de jogo mais rapidamente. E, a própria dinâmica acelerada desses jogos faz eles “passarem mais rápido” do que um jogo enorme e cheio de pontos de interesse.

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Hades: e pensar que eu quase deixei passar esse jogo incrível <3

Claro que, nesses casos, praticar e jogar bastante acaba aumentando as suas chances de vitória (ou não), mas mesmo assim, as partidas tem um “teto” de duração que não é muito alto. É recomendável que você se dedique a estes jogos para melhorar, mas não é obrigatório que você dedique dezenas de horas para poder jogar umas partidas, se divertir e (quem sabe) sair vencedor. O que não acontece com grandes RPGs de mundo aberto: se não jogar a campanha inteira, você não vê o final da história — ou apela para o Youtube.

Custo x Benefício

A questão é que ainda tem muita gente que relaciona tempo de duração com qualidade. Para essas pessoas, um jogo que rende mais horas de gameplay é melhor porque ele justifica o investimento. Se o jogo custou, por exemplo, 200 reais, espera-se que ele renda pelo menos umas 40 horas de gameplay, para que o jogador sinta que o dinheiro foi bem gasto.

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Quanto mais tempo de gameplay, melhor é o jogo?

Eu discordo veementemente desta linha de raciocínio. Journey já está completando 10 anos de vida, mas ainda é um baita exemplo: ele dura no máximo 3 horas, mas essas 3 horas significam mais para mim do que as 80 horas de um RPG open world genérico. Na minha opinião, as 12 horas de Ori and the Blind Forest são muito melhor aproveitadas do que as 70 horas de qualquer RPG de ação atual.

Claro que aí entra também a questão da mídia física, dos rolos e trocas que o povo gosta de fazer com jogos usados. Muitos dos (excelentes) jogos que citei ao longo deste artigo não foram lançados em disco, e um jogo digital não pode ser trocado nem vendido para o coleguinha, o que também é um fator determinante para muita gente. Porém, ressalto que, com o preço de um “Triple A” atual, você consegue comprar uns 3 ou 4 ótimos indie games — até mais se for para PC.

Falo tudo isso tendo consciência da minha posição “privilegiada” de alguém que trabalha com games e recebe muitos “jogos de graça” para analisar. A questão do “custo x benefício” dói um pouco menos no meu bolso, mas ei, eu compro diversos jogos que outros membros da equipe receberam “de graça” para analisar (Assassin’s Creed Valhalla, por exemplo: o Junior assumiu o review no Xbox, eu comprei a versão PS5). Mas, independente disso, mesmo quando jogo “a trabalho”, eu espero que o jogo me entretenha, me divirta. Se for para fazer coisas chatas, eu vou, sei lá, preencher planilhas do Excel, não jogar videogame! :D

Cinema & Jogos de fase

Permita-me fazer um paralelo com o cinema (embora a pandemia tenha afetado um pouco a forma como consumimos a sétima arte): quando vamos ao cinema, pagamos o valor x do ingresso, independente se o filme tem 1h30 ou 3h15. A função do filme é te entreter por aquele período. Independente se o filme é bom ou não, ele dura o tempo que tem que durar — sim, eu sei que tem muito filme por aí com aquela “barriga” desnecessária, mas aí é uma questão de roteiro. Não faz sentido pagar mais caro por um filme mais longo porque ele vai te entreter por mais tempo. O preço do ingresso é afetado por outros fatores (horário, dia da semana, sala 3D, etc.)

Já que falamos em cinema, acho que a empresa que mais acerta a mão em termos de custo x benefício é a Naughty Dog (e é aqui que eu perco os “Caixistas” que estavam lendo este artigo). Os jogos dela têm uma duração respeitável — geralmente ficando entre 15 e 20 horas — e oferecem experiências muito intensas e cinematográficas. O que é Uncharted senão um grande filme da Sessão da Tarde transformado em game? Esse tipo de jogo, linear, intenso e cinematográfico — que está cada vez mais raro — é, na minha opinião, o crème de la crème da indústria de games.

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Uncharted: “uma turma da pesada aprontando altas confusões”

Pense em como, antigamente, até por limitações tecnológicas, os jogos eram divididos em fases. Hoje quase não existe “jogo de fase”. Doom Eternal é um dos raros remanescentes do gênero — e é um baita jogo, diga-se de passagem. Esse formato — linear, contido — está em extinção, principalmente entre os “Triple As”, porque tanto os jogadores quanto as empresas querem jogos maiores, mais inchados, mais duradouros.

Chegamos ao ponto em que as empresas apostam até mesmo no controverso formato “game as a service” para oferecer jogos que praticamente não tem fim. O jogo dos Vingadores é um péssimo ótimo exemplo: conseguiram pegar heróis que todo mundo ama e colocar em um jogo de ação repetitivo, pouco inspirado e maçante, que vai continuar sendo inflado e expandido até sabe-se lá quando.

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Marvel’s Avengers foi uma das grandes decepções de 2020

Mesmo jogos que não precisam ser enormes ficaram enormes: jogos de corrida hoje em dia parece que “precisam” ter mundo aberto, para o jogador sentir que passa mais tempo jogando. Particularmente, acho um saco mundo aberto em jogo de corrida. Curtia mesmo a praticidade de Burnout (que também se rendeu ao mundo aberto)? você escolhia o carro em um menu, a prova em outro, e pronto! Pé na estrada! Nada de passar vários minutos dirigindo até uma prova, para então… dirigir mais um pouco (?!).

Conclusão

Antes de me xingar, lembre-se que tudo o que foi dito aqui é opinião pessoal: eu não estou querendo “cag*r regra” nem impor o que é certo ou errado. Se você gosta de RPGs de mundo aberto que duram centenas de horas, ótimo. Você não está errado. Não há certo ou errado; há pontos de vista diferentes.

Ponto de vista este que é fruto da nossa vida: fica difícil se dedicar a jogos que duram centenas de horas quando você tem um trabalho, uma casa, esposa, filhos e boletos para pagar. Quanto mais velho a gente fica, menos tempo temos para jogar, e, justamente por isso, esperamos que esse tempo seja melhor aproveitado. Eu não conseguia sentir que estava avançando em Red Dead Redemption 2 simplesmente porque “2 horinhas por dia” é pouco para um jogo como aquele. Você precisa de tempo e dedicação para sentir-se imerso, perder-se naquele mundo.

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Entrar no ritmo do jogo e “vida selvagem” dele demanda tempo…

Eu tenho 34 anos, e jogo videogame há pelo menos 30. Comecei no Atari, e hoje estou no Playstation 5. Joguei de tudo um pouco, mas sei que já “estou velho” para certas maratonas: pode ser o melhor jogo do mundo, eu não tenho mais disposição para “virar a noite” jogando — e se eu fizer isso, vou estar um trapo naquela reunião de trabalho às oito da manhã.

Enfim, o que eu quero dizer com tudo isso é: quantidade não é sinônimo de qualidade. Nem sempre “o maior mapa” ou “a campanha mais longa” vão oferecer a melhor experiência. Cada vez mais eu percebo que jogos de 6 a 12 horas me agradam, me entretém e me motivam a ir até o fim… enquanto os jogos de 60, 80 horas vão ficando pelo caminho, inacabados. Infelizmente (para mim), o “meu tipo” de jogo é uma espécie em extinção

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A Way Out: um exemplo de jogo curto, cinematográfico e divertido para curtir com um amigo

E você, o que pensa sobre isso? Qual é a duração ideal do “seu tipo” de jogo? Ainda consegue arrumar tempo para se perder em grandes RPGs de mundo aberto, ou prefere experiências mais breves? Deixe sua opinião nos comentários! ;)

24 Respostas para “Editorial: qual é a duração ideal de um jogo para você?”

  • 30 de janeiro de 2021 às 11:04 -

    Abrahão Lopes

  • 5 a 10 horas. Se bem que tenho muitos jogos com mais de 100 horas jogados ;)

    • 31 de janeiro de 2021 às 14:41 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Haha sou desses tmb. Acho que uma campanha de 8h a 12h tá do tamanho perfeito em um jogo single player.

      Claro que isso é muito pouco para um RPG de mundo aberto, mas aí a questão é que o jogo precisa ser bom para se sustentar os 60h, 70h ou mais sem encher o saco ou ficar repetitivo. Infelizmente, nem todos conseguem fazer isso…

  • 30 de janeiro de 2021 às 11:30 -

    Alexo

  • Campanha? Quanto mais, melhor. Você se envolve mais e tal. O ruim disso é se a coisa se torna mecânica. Mas, se a história sustenta etc., tá valendo. Online, o limite é muito menor. Jogo Left 4 Dead 2 até hoje. Indo pra 3 mil horas.

    • 1 de fevereiro de 2021 às 21:00 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Acho que o problema desses jogos de “RPG de mundo aberto” é que a história é muito esparsa, e fica perdida em meio a uma tonelada de sidequests. E, como muitos desses jogos envolvem missões principais que vão ficando gradativamente mais difíceis, se você tentar jogar exclusivamente as missões principais, vai apanhar feito um condenado. A solução? Cumprir missões paralelas, fazer grinding e desvirtuar da narrativa, haha.

  • 30 de janeiro de 2021 às 15:55 -

    Helinux

  • Jogos de RPG deve ser bem grande mesmo…vc tem que explorar bem!!!! A verdade é que jogo mais jogos de ação, tiro e simuladores a RPG, infelizmente eu não tenho tempo para jogar determinados tipos de jogos!!!! Para vc ter uma idéia, tenho jogo no save desde 2007…ou seja, jogo bastante jogos de RPG a prestação mesmo, dependendo do jogo jogo em 3 vezes sem juros e raramente a vista, isto é dificilmente zero um jogo no mesmo dia…a não ser que seja o clássico jogo do Nes: Contra e Super Contra…bons tempos!!!! valeu!!!!

  • 30 de janeiro de 2021 às 17:48 -

    Eryvelton

  • Eu concordo em partes a opinião de quem fez a matéria, porém pra mim o mais importante é o jogo ser bom e também não pode ser muito curto ( menos de 5 horas) como foi o caso do Resident 3 remake, de tratando de jogos AAA então é inadmissível, pagar 350 reais pra zerar em um dia, não tem como desvincular a questão do custo x beneficio, un jogo precisa oferecer uma boa quantidade de tempo de entretenimento , salvo alguns que embora curtos oferecem algo que vale a pena como Resident evils em geral, mas jogos de mundo aberto precisam ter no mínimo 20 horas de campanha principal, afinal o deslocamento e cutcenes já matam bastante deste tempo, acho que o importante é o jogo ser bom Assassin’s Odyssey eu Platinei semana fazer esforço com 100 horas, foi o primeiro jogo que busquei a platina, por ser muito fácil e eu estar me divertindo muito com o game, mas enfim, tempo é importante, experiência também e satisfazer e ter a sensação de que empregamos nosso tempo de vida e dinheiro e fomos recompensados com algo divertido ou uma experiência inesquecível pra mim é o mais importante, afinal são os bens mais preciosos que temos tempo e dinheiro.

    • 31 de janeiro de 2021 às 14:38 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Em termos de mundo aberto, eu acho que locomoção é um fator determinante. O ato de ir e vir precisa ser divertido, prazeroso. Não por acaso, eu platinei o Spider-Man (amo a mobilidade de me pendurar pelos prédios) e não consegui terminar Red Dead Redemption 2 até hoje (acho cavalgar um saco, muito demorado e entediante).

      A série Batman Arkham também manda bem em locomoção, com os gadgets e a capa para planar. Immortals me agrada mais que AC, pois a personagem pode “voar”, o que agiliza bastante a exploração.

      • 31 de janeiro de 2021 às 22:17 -

        Santos

      • Em Red Dead 2 é um saco mesmo, o que me ajudou é q vc pode deixar o protagonista cavalgando no automático até um marcador no mapa e ir tomar um café kk tem um comando próprio pra isso e ajuda bastante (no Dualshock é pressionando o touchpad).

  • 30 de janeiro de 2021 às 19:31 -

    Onigumo

  • Acho que depende do tipo de jogo. Um rpg e um jogo de exploração, precisa ter conteúdo, ser robusto. Contudo concordo com o pensamento da matéria. Esse ano joguei the witcher 3, horizon zero dawn e assasins creed origins. Minha impressão foram de jogos inchados, com conteúdo extremamente repetitivo e griding insuportável.
    Antigamente um rpg costumava ter entre 20 e 40 horas de duração e era considerado um jogo longo, extenso. Hoje qualquer jogo de ação tem suas 20hrs de conteúdo e os rpgs passaram a ter mais de 100hrs de duração.
    Oque quero dizer e que os jogos hoje estão inchados, “recheados de conteúdo” que acaba sendo mais do mesmo.

    • 31 de janeiro de 2021 às 14:30 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Exato! Meu ponto é mais esse, jogos “inchados”. Eu mergulhei pra valer no mundo dos RPGs na época do PS1, especialmente com Final Fantasy. Os japoneses têm um jeito diferente de fazer RPGs, e até Final Fantasies mais recentes, mesmo com mundo aberto, oferecem uma experiência muito mais enxuta do que jogos como os últimos Assassin’s Creed.

      Se o jogo é bom, a gente até segue adiante, mas fica com aquela sensação meio indigesta de “estou jogando para ver o final, mas já estou meio que ficando de saco cheio”, haha.

  • 31 de janeiro de 2021 às 07:54 -

    Edu

  • Eu não me importo, pra mim o jogo tem que ser bom. Jogos longos tendem a ser repetitivos, mas alguns realmente se superam no quesito enchimento de saco

    cof cof né ubisoft

  • 31 de janeiro de 2021 às 08:30 -

    Kevin Leite

  • Zerei Uncharted 3 recentemente e adorei o tempo de jogo, levei umas 9 horas para zerar, jogando no máximo uma hora por dia. Mas eu intercalo com outro jogo, o Zelda Breath Of The Wild de Wii U, que mesmo sendo meu zelda preferido já gastei 38 horas somente nas áreas iniciais do jogo, é incrível, muito divertido, mas gigantemente longo kkk

    • 31 de janeiro de 2021 às 14:33 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Uncharted 2 ainda é o meu favorito da franquia, e acho que a Naughty Dog é uma das empresas que consegue, como poucas, condensar grandes histórias em poucas horas.

      Ela não precisa de 30, 40 horas para contar uma boa história, e consegue fazer isso com uma construção de personagens impecável, e narrativas que têm ação, romance, humor, suspense, e muito mais.

      Espero de coração que tenhamos um novo Uncharted no PS5!

  • 31 de janeiro de 2021 às 22:10 -

    Santos

  • A duração ideal de um jogo depende muito do gênero. Exemplo: um stealth longo e difícil como Styx Master of Shadows parece levar anos para zerar, enquanto num jogo de luta de plataforma como Brawlhalla cada partida leva 3 minutos mas a intensidade satisfaz.
    De minha parte atualmente estou satisfeito com um joguinho que leva exatamente 400 dias para zerar kk

    • 1 de fevereiro de 2021 às 20:56 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Fiquei curioso: que jogo é esse que dura exatamente 400 dias para zerar?! o.O

      • 2 de fevereiro de 2021 às 01:22 -

        Santos

      • The Longing.

      • 2 de fevereiro de 2021 às 12:23 -

        Rodrigo Pscheidt

      • Caramba, nunca tinha ouvido falar desse jogo! Dei um Google aqui e, mano, que loucura!

        Eu definitivamente não teria paciência para encarar esse, mas achei a ideia muito… “exótica”, haha. Boa sorte nessa looonga jornada! XD

  • 1 de fevereiro de 2021 às 11:29 -

    Ronnie

  • Muito boa essa reportagem, parabéns!
    Faço parte dessa faixa etária, AC infelizmente já não me chama muita atenção com aquelas infinidades de missões secundárias, por exemplo. Sempre odiei MMO’s e jogos mobile. Prefiro jogos curtos, porém, tenho um lado negro: o gosto por alguns simuladores (trem, cidade), heheheheh, ninguém é perfeito :)

    • 1 de fevereiro de 2021 às 20:50 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Hahaha, vou te falar que esses jogos estilo Tycoon/Simulator não são muito a minha praia (embora eu tenha jogado MUITO Age of Empires na adolescência). Mais recentemente, um que me cativou e eu joguei bastante foi o Jurassic World Evolution, o “Jurassic Park Simulator”. Recomendo, é bem divertido!

      • 2 de fevereiro de 2021 às 17:23 -

        Ronnie

      • Valeu pela dica de jogo, parece interessante, darei uma olhada!

  • 1 de fevereiro de 2021 às 17:13 -

    Abhner

  • Eu me enquadro no grupo que foi citado no artigo, (trabalho, esposa, filhos e contas para pagar) Eu lembro quando tinha escrito texto a respeito do Red Dead 2 eu tinha lido na época e desde aquela época já me identificava com a questão da dificuldade do tempo para jogar.

    Ainda consigo curtir os games longos, mas realmente não da para ter aquela imersão de horas no game, ao ponto de ter uma “ressaca” de tanto jogar, Na verdade parece que jogar hoje em dia é como na epoca de escola que ficávamos de castigo, e dávamos um jeitinho de jogar escondido.

    Resumindo até consigo jogar jogos curtos as vezes deixa um gostinho de “quero Mais” e jogos longos para nossa idade e o atual contexto de família, se torna pouco imersivo e as vezes até mesmo entediante.

    Não sei se isso ocorre com você, mas quando começo a jogar um jogo as primeiras horas dele acho ele incrível, e as vezes até torço para o jogo ser longo, mas quando passa alguns dias jogando aquele game já não me surpreendi mais, ai acabo que jogando por jogar, só para concluir e buscar um game novo para jogar.

    • 1 de fevereiro de 2021 às 20:55 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Tamo junto na sofrência, Abhner, haha! De fato, jogar videogame depois “de velho” é cada vez mais como dar uma escapadinha do “castigo” (a vida adulta) para jogar um pouquinho.

      Isso de “continuar jogando por jogar” é bem triste, mas eu ocasionalmente faço isso. Depois que você já dedicou um bocado de tempo a um jogo, vira meio que uma questão de honra ir até o final dele… e nem sempre a gente está realmente se divertindo ou tirando satisfação dele no processo.

      Mais um ponto para os jogos curtos: por durarem menos, eles conseguem manter o “frescor” da experiência sem se tornarem entediantes, haha!

  • 2 de fevereiro de 2021 às 23:58 -

    Jones

  • Acho que isso tem muito a ver com o tempo que se tem disponível (cada vez mais disputado) e o que se pode fazer com ele quando você tem a opção de escolher.

    Eu lembro quando era pequeno que todo final de semana jogava Hero de atari ate enjoar.. trocava para seaquest.. mesma coisa.. ou seja, nao tinha muita opção. Quando se gosta ou se tem poucas opções, o que se tem em mãos é o que basta.

    Atualmente prefiro games que terminem ate umas 15h no máximo.. séries com 1 ou 2 temporadas, se um filme não deu liga depois de 30min ja deixo de lado.. e por ai vai…não é imediatismo, mas pra mim, vejo que a vida é muito curta para gastar tempo com coisa repetitiva e experiências planejadas para serem time-killers…enfim, fujo de games assim.

    Platinar games então, sem a mínima chance (zero dawn e nier automata foram os últimos).

    O artigo foi excelente.
    O próximo pode ser algo sobre: jogar no Hardest Nightmare Mothafoka Level, de fato diverte ou só consome desnecessariamente o tempo?

  • 24 de maio de 2023 às 14:25 -

    Jackson Freitas

  • Foi muito bom pra mim ler este artigo e ver que não estou sozinho nessa rsrs. Realmente me encaixo perfeitamente no perfil que descreveu e não consigo curtir esses jogos novos gigantescos. Me identifiquei totalmente com sua opinão. O jeito é torcer pra que tenhamos mais jogos bons nesse estilo mais linear.

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